Fazendo uma ponte com o álbum que ouvimos na semana passada, gostaria de trazer uma produção minha que se relaciona com a obra do Moacir Santos e com a minha própria trajetória. Tive a oportunidade fazer duas pesquisas, de mestrado e doutorado, sobre as trilhas musicais do Moacir, onde pude transcrever e analisar todas as inserções musicais dos filmes em que ele trabalhou.
A criação do Ágar-Ágar TRIO se deu justamente no âmbito de concretizar um dos objetivos iniciais das minhas pesquisas acadêmicas: divulgar e fazer circular o repertório do Moacir Santos composto para produções audiovisuais. Nosso primeiro álbum, MOA, se debruçou na obra de Santos para o cinema brasileiro dos anos 1960, em filmes como Seara Vermelha (1963), Ganga Zumba (1964), Os Fuzis (1965) e O Beijo (1965). O processo de arranjo foi bastante curioso, pois a maior parte das músicas dos filmes é mais fragmentada, fluindo de acordo com a narrativa audiovisual. Em muitos casos, os trechos seriam curtos demais para serem apresentados como uma “música completa”. Para resolver essa questão, surgiu a necessidade de realizar adaptações e combinações de peças menores em suítes ou compilações temáticas.
Esse álbum foi feito de maneira totalmente independente, e o processo de gravação se deu entre 2016 e 2018, sendo lançado apenas em 2020. Como continuação natural desse projeto, estamos em processo de produção do nosso segundo disco, que vai contar com arranjos da fase norte-americana do Moacir (entre 1967 e 1985).
Caso tenham interesse, recomendo que acessem o site http://www.trilhasmoacirsantos.com.br/, que pude publicar em 2015 com apoio do Rumos Itaú Cultural. Nele é possível pra acessar as partituras transcritas das trilhas musicais do Moacir Santos, bem como assistir aos trechos dos filmes simultaneamente.
Espero que gostem da audição, obrigado pela atenção e até a próxima!
FICHA TÉCNICA
Jussan Cluxnei (clarone/clarinete), Lucas Bonetti (guitarra/arranjos) e Lucas Brogiolo (percussão)
PAÍS
Brasil
TIPO DE SOM
Música instrumental brasileira
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