"São Piauí", Clodo, Climério e Clésio (1977)
- Lucas Bonetti
- 8 de mai.
- 2 min de leitura
Boa noite! Hoje continuamos com a série de indicações de alunos da UFBA. O texto dessa semana é de Odséh Marques, sobre o álbum São Piauí (1977), de Clodo, Climério e Clésio:
Numa época em que o Piauí não tinha muita visibilidade nas mídias Clodo, Climério e Clésio, decidiram, sob a produção do cearense Ednardo, criar um disco que desafiava os padrões da indústria musical. Contratados pela gravadora RCA Victor, selecionaram doze faixas inéditas entre mais de cem composições próprias e parcerias, buscando mostrar a diversidade de sua produção. O álbum, intitulado São Piauí, carregava uma ousada declaração de orgulho pelo estado natal, com canções que mesclam referências locais e universais, como em “Cantiga”, que alude às flautas andinas, e “Palha de Arroz”, uma crônica amorosa de Teresina antiga. A capa, com uma lamparina em uma árvore, e a música-título posicionada como a última faixa reforçaram a proposta disruptiva do disco, que também contou com participações inesperadas, como Robertinho do Recife e Amelinha. Sem seguir as fórmulas de mercado, o LP preservou a riqueza cultural do Piauí, refletindo influências indígenas, africanas e europeias, e deixou um legado que, quarenta anos depois, permanece como um clássico da música popular brasileira.
Clodo, Climério, e Clésio, um clássico que conheci a não muito tempo, mas é legal conhecer músicas de um contexto, ainda mais de um lugar onde cresci, através da música regional, que pela internet é mais difícil de acompanhar e até de achar a uns artistas. A cidade de Teresina, abriga de movimentos mais considerados ‘culturais’, grupos de dança, os violeiros, os ‘carnavais’, aos grafites, pixos e todos tipos de bailes, e porque não olhar para, até mesmo, o comportamento dos seus habitantes, que demonstram uma tendência a expressão, das mais variadas formas. Seus habitantes se dedicam a algo, seja escrever, dançar, ou fazer algo, mesmo que seja ‘menos arte’ (não que eu pense assim) e mais como “expressão”, também os movimentos que lá se constituíram, as chamadas “cenas”. Porém, o trio evoca esta atmosfera, talvez intencionalmente, de colocar a música feita “do piauí”, fazendo isso, usando referências do que ouviam quando mais novos, e o que representava a musicalidade do estado, e produzida para o mesmo, pelo menos uma ‘captura’ borrada, claro, mas direção a buscar o lado inspirado nas belas cenas, cores que aparentemente teve o acontecimento. Nesse ponto, os irmãos apontam para frente, um futuro para uma música que estaria, não sei, indo pro “sumidouro” não tivesse esse esforço. O primeiro álbum São Piauí de 1977 que foi feito nesta intenção, é possível ver influência da filosofia, religiosidade, outro movimentos que aconteciam à época também. Vejo muito o baião, forró, guarânia, pelo gosto da família, consigo sentir um tanto de nostalgia através de algumas composições do trio, o que é muito presente também através das letras e musicalidades.
FICHA TÉCNICA
-
PAÍS
Brasil
TIPO DE SOM
Música Popular Brasileira
LINKS

Comments