“Azimuth”, Azymuth (1975)
- João Casimiro

- há 2 dias
- 3 min de leitura
Bom dia pessoal.
Seguimos com indicações de vocês aqui no Clube. Lembrando que na descrição aqui do grupo tem links para participar e conferir as atividades passadas. Hoje a indicação é do Allan Gomes do Espírito Santo com o álbum Azimuth (1975). Boa leitura e escuta:
Azymuth é um grupo musical brasileiro, formado por três amigos que trabalhavam juntos em estúdios no Rio de Janeiro. A banda costumava acompanhar e gravar artistas como Marcos Valle, Eumir Deodato, Roberto Carlos, Raul Seixas, Tim Maia, entre outros. Eles se destacavam pela versatilidade em gravações de estúdio e por terem uma estética sonora particular e 'moderna' que eles mesmos batizaram de "samba doido" — uma mistura de ritmos como samba, jazz, funk, música eletrônica e também ritmos afro, tudo isso em plenos anos 70, onde a busca por sonoridades novas e diferentes crescia no Brasil e no mundo. O grupo foi formado originalmente por José Roberto Bertrami (teclados), Alex Malheiros (baixo) e Ivan Conti "Mamão" (bateria). O primeiro álbum com o nome Azimuth (com i), foi lançado em 1975 e já trazia uma estética que logo se tornaria uma marca registrada. Com o disco Light as a Feather (1979), lançado pelo selo norte-americano Milestone, tiveram uma projeção mundial. Esse álbum inclui o clássico "Jazz Carnival", uma faixa instrumental que virou sucesso nos Estados Unidos e na Europa, tocando em muitas rádios e pistas de dança, tendo virado até tema de um telejornal italiano.
Nos anos 80, eles assumiram mais esse papel de experimentadores e combinaram a sua experiência em estúdio com a pesquisa em sintetizadores digitais e híbridos. Azymuth seguiu produzindo enquanto descobria a sua própria sonoridade e consolidavam a identidade do grupo. Mamão, o baterista, foi um dos primeiros no Brasil a experimentar com baterias eletrônicas e efeitos no instrumento, criando levadas que misturam o espírito do samba com texturas que mais tarde seriam comparadas ao que o hip hop faria nos anos 90. Já Alex Malheiros foi apontado por muitos músicos de fora como um dos baixistas mais criativos da cena de jazz fusion, com uma levada que oscila entre swing e malemolência do groove à complexidade harmônica do jazz. Nos discos como Telecommunication (1982) e Rapid Transit (1983) dá pra ouvir o uso mais presente de synths e pads, sequenciadores e até drum machines, ainda que Mamão nunca deixasse de gravar a bateria acústica — sempre misturando ritmos com a essência do jazz. A textura eletrônica vem mais na forma como os sintetizadores preenchem os arranjos. O Fender Rhodes, MiniMoog e Oberheim OB-Xa, por exemplo, são exemplos dos sintetizadores utilizados na época, buscando misturar sons espaciais e atmosféricos, leads agressivos e futuristas, ou as vezes sons quase ambiente. Azymuth soava bem moderno para a época, sem perder a raiz brasileira e a sua pegada dançante. Seus álbuns tinham gravações cuidadosas e arranjos muito bem pensados, sendo em sua maior parte uma proposta de música instrumental. Os discos tiveram uma presença muito forte no mercado internacional, especialmente no Reino Unido e nos Estados Unidos, onde o jazz fusion ganhava força. Azymuth não foi só uma banda. Foi e continua sendo um movimento e uma linguagem que ainda segue ativa nos dias de hoje.
FICHA TÉCNICA
José Roberto Bertrami (teclados)
Alex Malheiros (baixo)
Ivan Conti "Mamão" (bateria)
PAÍS
Brasil
TIPO DE SOM
Samba Jazz
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