"Casa de Mutinho", Mutinho (2023)
- João Casimiro
- 26 de jun.
- 3 min de leitura
Boa noite pessoal! Pra quem chegou mais recentemente, sejam bem vindas.
Esse semestre estamos mesclando indicações de alunes da UFBA com indicações dos coordenadores. Você também pode fazer sua indicação através do link na descrição do grupo. Também é possivel acessar todos os trabalhos já indicados com seus respectivos textos no nosso site. Hoje a indicação é do Rodrigo Ornelas que nos trás o álbum Casa de Mutinho (2023) do artista Mutinho, segue o texto do Rodrigo:
Bom dia, pessoal! A indicação que trago é do “Casa de Mutinho”, segundo álbum do baterista e compositor gaúcho. Apesar de ter uma longa história como compositor, gravado desde os anos 60, seu primeiro álbum (“Meu segredo”) foi lançado apenas em 2017, quando Mutinho contava 76 anos. Começa aí um registo histórico de sua obra centrada nele enquanto autor e cantando suas canções. No segundo, aparecem novas versões de músicas do seu trabalho mais conhecido, o disco “Casa de brinquedos” (1983), todo de parcerias suas com Toquinho, obra à qual o título do novo álbum se remete. Mas não só a ela: o disco é inteiro costurado pelo grande tema da vida de Mutinho, qual seja, a amizade (que aparece relacionada à “casa” na última faixa).
Do começo da sua carreira como músico, na qual foi inserido pelo tio, Lupicínio Rodrigues, com quem aprendeu as primeiras lições também sobre a amizade, até seus trabalhos com Toquinho, seu maior parceiro; passando pela importante convivência com, destacadamente, Vinícius de Moraes (Mutinho foi o baterista dos shows Toquinho e Vinícius de Moraes desde 1974 até a morte do poeta e de Toquinho por mais de duas décadas, incluindo a turnê da dupla com Miúcha e Tom Jobim) o seu enredo é tramado pela amizade.
“Casa de Mutinho” começa com uma lembrança do tio (que lhe deu também seu nome de batismo – Lupicínio Rodrigues Sobrinho), passa por releituras de músicas do disco de 1983 com participações especiais (Zeca Baleiro em “A bicicleta”, Mundo Aflora em “A bola”, Leopoldina em “A bailarina” e Wandi Doratiotto em “O macaquinho de pilha”); traz canções já conhecidas (“Ao que vai chegar”, na qual Toquinho participa, “Canção pra Jade” cantada por Fernanda Takai, “Esse menino” por Hélio Ziskind e, talvez seu maior sucesso, “O caderno”, também do “Casa de brinquedos”) e canções inéditas. Entre aa últimas, um destaque para “Eu sou esse bosque”, que inicia com um áudio de Vinícius em uma gravação informal onde pede a Mutinho que toque “aquela do bosque”. O clima de agregação e amizade acompanha o álbum até o fim, quando “A nossa casa” encerra o disco falando disso e na mesma faixa ouvimos, emendado na canção, outro áudio informal, dos amigos numa brincadeira em meio às turnês cantando uma composição divertida de Vinícius, Toquinho e Mutinho sobre o grupo (que tinha ainda Azeitona, baixista da banda).
Entre o primeiro e o segundo álbuns do artista há uma mudança quanto a experimentação e atualização. No primeiro há um Mutinho mais centrado em sua geração e mais econômico na modernização das suas canções, ainda que fazendo-as ali ao seu modo. No segundo há mais diálogo geracional, das participações às sonoridades (destaque para “A bola”), chegando até às parcerias (no primeiro há parcerias suas com Vinícius e com Toquinho, sobretudo; e, ainda que Toquinho siga sendo seu maior parceiro mesmo no segundo, aqui aparece, p. ex., uma canção de 2021 com Bruno De La Rosa, que assina a produção de ambos os discos).
FICHA TÉCNICA
Beto Salvador: piano acústico;
Bruno De La Rosa: violão, guitarra, baixo, percussão, bateria sample, sintetizador, baixo synth, efeitos, voz;
Evaldo Guedes: baixo acústico;
Márcio Mutalupi: baixo;
Matheus Bellini: cello;
Mutinho: voz;
Nenê: bateria;
Nicolo De Caro: bateria;
Raissa Anastácia: flauta, bandolim;
Sílvia Goes: piano acústico, piano digital.
Participações (voz):
Bruno De La Rosa
Fernanda Takai
Hélio Ziskind
Leopoldina
Lucy Brand
Mundo Aflora
Toquinho
Wandi Doratiotto
Zeca Baleiro
Produção: Bruno De La Rosa e Wagner Amorosino
Edição e mixagem: Bruno De La Rosa
Masterização: Ricardo Carvalheira
PAÍS
Brasil
TIPO DE SOM
Pop-Rock e MPB
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