“Nos Dias de Hoje”, Ivan Lins (1978)
- João Casimiro
- 15 de ago.
- 3 min de leitura
Boa tarde.
Dando continuidade as recomendações de alunos da UFBA (lembrando que você também pode indicar através do link na descrição do grupo), hoje temos uma indicação de Hélio Rodrigues, segue seu texto e links:
O AUTOR: Ivan Guimarães Lins, compositor, pianista e cantor, nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 16/06/1945. Iniciou a fama no início de 1970. Seu primeiro destaque foi “O Amor é o Meu País”, feita com o letrista Ronaldo Monteiro de Souza, que ficou em segundo lugar no 5° Festival Internacional da Canção, de 1970, promovido pela Rede Globo. Neste mesmo ano, Elis Regina gravou a sua música “Madalena”, com mesma parceria, um dos seus maiores sucessos. Sua influência inicial foi o pop rock norte-americano, jazz e soul, porém, nessa década, passou a incluir cada vez mais intensamente estilos nacionais e regionais, como samba, bossa nova, baião, xote e moda de viola. A partir daí, firmou uma parceria profícua e duradoura com Vitor Martins, interiorano de Ituverava/SP, letrista da maior parte do seu repertório posterior, que trouxe para o repertório de Ivan, temas da cultura popular. Duas dessas canções, no disco, são Bandeira do Divino e Forró do Largo. A década de 1980 foi o começo do seu reconhecimento internacional, quando foi gravado por músicos de renome internacional do período, como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, George Benson, Michel Legrand, Sting, Diana Krall e Quincy Jones, que se tornou grande amigo. Nesse mesmo ano, criou a gravadora Velas, que se propunha a lançar artistas de qualidade, mas com dificuldades de inserção nas grandes gravadoras. Músicos como Chico César, Lenine e Guinga tiveram contributo da Velas para iniciar as suas carreiras artísticas. Ela também lançou discos de nomes já consagrados, como o elogiadíssimo “Valsa Brasileira”, com Zizi Possi.
O ÁLBUM: Nos Dias de Hoje é o sétimo álbum de Ivan Lins, lançado em 1978, em plena ditadura militar. Muitas das suas músicas, incluindo a própria capa, faziam críticas inteligentes e poéticas ao regime. Em contraponto, muitos versos motivavam a esperança por liberdade e justiça social. É também o primeiro verso da canção Cartomante, gravada inicialmente em 1977, por Elis Regina, que também o integra. A produção artística ficou a cargo de Eduardo Souto Neto; a direção de arte coube a Milton Miranda; e a produção musical, a Mariozinho Rocha. Foi gravado no estúdio da EMI-ODEON. Os arranjos são do grupo Modo Livre, formado por Gilson Peranzzetta, Fred Barbosa, João Cortez e Fredera. No anverso da capa externa, Ivan Lins aparece sem camisa, com uma plaqueta com a data 14/05/78 pendurada no pescoço. Era assim que os estudantes, intelectuais, artistas, militantes de esquerda, jornalistas, dentre outros, eram fotografados no DOI-CODI, órgão de repressão do governo, na ditadura militar, quando pegos pela Polícia. No verso, seu rosto em perfil. No encarte (letras e ficha técnica), aparecem fotos semelhantes de Vitor Martins e Ivan Lins. A criação e o design foi de Mello Menezes. As músicas têm essência nordestina, com os gêneros MPB, xote, baião e forró. O disco tem 10 faixas e 34min17s de duração.
FICHA TÉCNICA
COMPOSITORES:
Ivan Lins (melodias) e Vitor Martins (letras).
CORO:
Lucinha Lins, Márcio Lott, Regininha, Zé Luiz Mazziotti.
INSTRUMENTISTAS:
ACORDEON: Gilson Peranzzetta.
AFOXÉ: João Cortez.
AGOGÔ: Tavito.
BAIXO ELÉTRICO: Fred Barbosa.
BATERIA: João Cortez.
CLAVINETE: Gilson Peranzzetta.
FLAUTA C: Jayme Araújo, Jorginho da Flauta (Jorge Ferreira da Silva).
FLAUTA G: Celso Woltzenlogel, Zé Carlos Bigorna (José Carlos Machado Ramos).
FLUGELHORN: Márcio Montarroyos, Maurílio da Silva Santos.
GAITA (HARMÔNICA): Maurício Einhorn.
GUITARRA: Fredera (Frederico Mendonça de Oliveira).
PERCUSSÃO: João Cortez.
PIANO: Ivan Lins.
PIANO ELÉTRICO: Gilson Peranzzetta.
TRIÂNGULO: João Cortez.
TROMBONE: Edmundo Maciel, Sílvio Barbosa, Walter Batista Azevedo.
TROMBONE BAIXO: Macaxeira.
TROMPA: Antônio Cândido Sobrinho, Zdenek Svab.
VIOLA DE 12 CORDAS: Fredera (Frederico Mendonça de Oliveira).
VIOLA DE ARCO: Arlindo Figueiredo Penteado, Frederick Stephany, Murilo Loures, Nelson de Macedo.
VIOLÃO: Tavito.
VIOLINO: Adolpho Pissarenko, Aizik Meilach Geller, Alfredo Vidal, André Charles Guetta, Carlos Eduardo Hack, Giancarlo Pareschi, João Daltro de Almeida, José Alves da Silva, José Dias de Lana, Paschoal Perrota, Salvador Piersanti, Walter Hack.
VIOLONCELO: Alceu de Almeida Reis, Jaques Morelenbaum, Márcio Eymard Mallard.
ARRANJADORES:
Grupo Modo Livre: Gilson Peranzzetta, João Cortez, Fred Barbosa e Fredera."
PAÍS
Brasil
TIPO DE SOM
MPB
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